Na verdade esse texto deveria ter sido publicado no ano passado, quando o blog fez 10 anos. Mas as coisas foram ficando tão loucas quanto o ano de 2020 que eu deixei me passar pela data.
Escrever sempre esteve como um satélite girando ao meu redor, não sei
bem quando começou este frenesi, mas com certeza se agravou quando eu
queria me expressar e a voz, o falar, não foi o suficiente. As palavras
seriam mais eficazes.
Esse blog foi uma coisa louca, totalmente
sem rumo como um trem desgovernado escorregando em uma pista de sabão. E
eu achei isso o máximo, porque essa liberdade maluca me deu a
oportunidade de dar vazão à minha criatividade, imaginação e treinar
escrita. Mas ao mesmo tempo, a liberdade trouxe um desleixo e falta de
compromisso com o blog. Essa falta de um norte, de um tema específico
foi o que levou o blog ao ostracismo, pois tinha capacidade de ter muito
mais conteúdo de qualidade e direcionado aos temas específicos.
Engraçado
que o blog em certo momento significou muito pra mim; depois de um
certo tempo, não significava quase nada. Perdeu o valor, mas continuou aquele canto que uma pessoa sempre volta. O que não
perdeu o valor foi a paixão pela escrita.
Ficou pra mim uma válvula de escape e uma forma de exercitar a escrita.
Outra
coisa que me levou a criar o blog foi a imensa capacidade de inventar
histórias e personagens. Dessa minha fonte foi a mesma que saíram as
webcomics.
A internet é um mar sem fim, um enorme e profundo mar
digital. Eu gosto de usar essas analogias; gosto dessa
percepção/entendimento poético de que a rede, na verdade, é um oceano. E
cada postagem que foi publicada foi como uma garrafa jogada ao mar: não
se sabe se alguém vai encontrar ou se vai ficar pra sempre flutuando
por aí. Se você encontrou esse blog e leu essa postagem, deixe uma
mensagem contando como a achou, gostaria de saber como chegou até aqui.
Esse
blog não será apagado. Aqui foi e será a minha ilha que vivi durante 10
anos e vai ficar até não sei por quanto tempo...