sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Homem Zero - Capítulo 3

Olhava para o horizonte, um mar de areia, céu alaranjado. Sua visão ainda estava embaçada. Até que viu um ponto reluzente naquele mar de areia.
Levantou-se e seguiu o ponto. O sol queimava sua nuca, mas não sentia sede. Ainda.
Andou não sei quantos metros, agora o brilho parecia mais próximo, continuou a andar e tropeçou em alguma coisa firme no chão. Abaixou-se e tocou no objeto. Parecia um cano de metal. E era mesmo um cano de metal! Melhor que isso, ele começou a perceber que a areia cobria um imenso chão de metal, parecia aço, mas que coisa estranha, pensou consigo mesmo. Que mundo era esse? Parou por alguns instantes olhou adiante e viu um emaranhado de canos de aço reluzente de todos os tamanhos, mas sempre seguindo uma direção. Encostou o ouvido num desses canos e não percebeu nenhum tipo de barulho de fluido passando por dentro. Mas mesmo assim, seguiria para ver onde ia daquele mundo de metal. Lá à frente, uma linha tênue denunciava céu acinzentado, mas ele não percebia, pois parecia estar perdendo a visão: sua vista estava mais embaçada.Mas resolveu andar mesmo assim, deserto não é lugar para ninguém ficar. E alguém esperava por ele adiante...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O Homem Zero - Capítulo 2


Abriria ou não aquela maldita porta? Suas cabeça dizia que não, o medo do inesperado. Mas uma força subconsciente, da curiosidade, atraía lentamente sua mão, como um imã. Enfim, alcançou. Encostou as mãos na maçaneta fria, tudo escuro,somente reflexos, e aquela mulher mística, o que seria? Um fantasma? Abriu, finalmente. Tudo totalmente escuro. Nenhum reflexo, nada, parecia um céu sem estrelas. De repente, a mulher esfumaçada entrou, muito rápido. De lá chamou o Homem Zero lentamente. Ele olhou aquele quarto escuro, não tinha dimensões corretas do tamanho do lugar, parecia mesmo um céu sem estrelas! Vasto, escuro e misterioso. "Siga-me, sem medo" uma voz martelou na sua cabeça. E ele foi, com a cara e a coragem! Mas ao colocar o primeiro pé para dentro, "o direito para dar sorte", pensou consigo mesmo, não encontrou chão. Começou a cair. Caiu naquele vazio. No nada. Onde acabaria aquela queda, não imaginava, mas parecia flutuar, e incrivelmente não estava com medo de esborrachar-se no fim daquela queda. Mas sentia uma sensação de desmaio, que poderia apagar a qualquer hora e apagou.
Percebeu que havia parado de cair. Uma coisa esfarelenta nas suas mãos, o ar quente a sua volta. Era areia. Areia? De onde teria saído aquela areia em pleno quarto do seu porão? O que estava acontecendo. Tentou olhar em volta, sua vista estava embaçada. "Olá, tem alguém aí?" gritou uma, duas, três, quatro vezes.  Ninguém lhe respondia. Tentava localizar alguma coisa naquele lugar estranho, mas estava tudo embaçado. Porém percebia um vasto areial, e no horizonte o céu alaranjado. Estava amanhecendo ou anoitecendo? Não fazia ideia. "Será que eu estou sonhando? Só pode ser um sonho...". Mas uma voz ecoou forte na sua cabeça "NÃO". Não sabia mais o que fazer: sentou-se num monte de areia e ficou olhando para o horizonte para localizar um sinal de vida...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Homem Zero - Capítulo 1

Como eu prometi, vou contar uma história dividida em não sei quantas partes e não sei como vai terminar, tampouco o desenrolar dela.

Homem Zero era um cara. Não sei dos seus gostos, nem da sua idade, mas era um cara qualquer, desses que vivem por aí. Um dia, foi dormir como de costume, fechou a porta do seu quarto e teve um sonho muito estranho na atmosfera escura do seu quarto, naquela noite sem lua. Acordou no meio da noite assustado, suando que nem um cuscuz, a porta do seu quarto estava aberta. Lá no fundo tudo escuro, ele fixou o olhar para aquela porta aberta, sabia que algo ia aparecer ali. Mas naquela noite nada aconteceu.
Uma semana depois, foi dormir ouvindo canto árabe, acordou no meio da noite, olhou para a mesma porta, aberta misteriosamente sozinha. Ele lembrava que havia fachado aquela porta, mas ela continuava a se abrir sozinha, alguma coisa estranha estava para acontecer e aconteceu! Ele viu um vulto se desenhar naquele fundo escuro. Feito um desenho, lentamente, um corpo feminino formatava-se, subia como uma fumaça alaranjada dando moldes a uma mulher mística que parecia muito formosa... O medo tomava conta do coração do Homem Zero. Mas a curiosidade falava mais alto. Então aquela mulher de fumaça alaranjada lhe fez um sinal com as mãos, e também lhe falou telepaticamente, "venha". Ele, como se estivesse encantado, resolveu segui-la. "Abra aquela porta no porão": A voz clara da mulher lhe martelava a mente. Mas ele sabia que desde quando viera morar naquela casa, não abria aquela porta de forma alguma. Mas foi. Quando se aproximou da porta, pegou a maçaneta, a mulher mística colocou a sua mão também. Giraram a maçaneta lentamente e abriram a porta. Nada. Um escuro que parecia sem fim. Mas um barulho de água pingando no chão. "Entre", a voz na sua cabeça novamente. Entraria ou não?

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Dia das Laranjas Assassinas

Finalmente, a sequência da Noite das Laranjas Assassinas está aqui! É a continuação da história, explorando os acontecimentos das laranjas...