Não sei se já fiz uma postagem sobre jogos antigos, então aqui vai mais uma breve lembrança.
Eu sou do tempo que os jogos ainda eram em java e o arquivo pesava no máximo 250Kb. Hoje, isso não significa muita coisa, mas na época, esse pequeno tamanho não tirava a graça do jogo, e a gente se divertia MUITO, eu particularmente passava horas jogando, olhando para uma telinha que geralmente não passava de um pedaço de 1/6 da tela dos celulares de hoje. Era o que tínhamos! Mas era muito bom.
Foi uma safra sensacional: Townsmen e suas sequências, Pub Mania, Real Football, Donald Duck: Chaos on the road, Seal Team 6, Fish Tycoon, Ragnarok Mobile, uma porrada de jogos arcade, aplicativos de variadas funções, que iam desde bate papo via bluetooth até leitores de arquivos de texto... Lembro também que li um livro inteiro do Stephen King em um desses aplicativos. Lógico que tinha que colocar pedaço por pedaço em arquivo de texto, já que o armazenamento do meu celular na época não passava de uns 20-30MB. Hoje temos armazenamento interno na casa dos GB.
Eu já sabia da existência dos emuladores de java para PC e celulares, mas não dei muita importância. Recentemente instalei o aplicativo J2ME Loader e emulei um dos jogos que mais joguei: Miami Nights da Gameloft. Pertencia a uma mesma família de jogos de simulação cujos membros eram: New York Nights, Miami Nights e Las Vegas Nights. Foram lançadas subsequências desses títulos, tinham maia funções mas não achei tão bons quanto os primeiros. Rolou também um com a temática de universidade, o Crazy Campus.
O jogo é de simulação de vida e se passa logicamente em Miami, onde você vai de um zé ninguém a um novo rico (jetsetter), praticamente tudo se desenrola muito bem quando seu personagem descobre que tem um quadro muito valioso na parede da sua casa.
Antes disso são várias missões para cumprir, desde lavar pratos para pagar o aluguel, seduzir mulheres e fazer amizade com um DJ famoso para que ele vá tocar na festa de inauguração sua casa nova. Dá pra viver como mendigo também e ir parar na cadeia.
O grau de personalização do jogo é muito grande, vai desde roupa, cabelo, papéis de parede e piso dos cômodos da casa e móveis. São em torno de 60 roupas, entre calças e camisetas em umas 7 cores diferentes.
Dá também pra brigar, namorar e também fazer o que você está pensando (aparece um mosaico censurando, é claro), encher a cara e ficar loucão. Os níveis de amizade vão até 5 estrelas, quando virava relacionamento amoroso, as estrelas se transformavam em corações. A partir de 2 estrelas você poderia salvar um contato para marcar encontros.
Para um game em java em 2006, realmente era muita coisa. Os desenvolvedores fizeram mágica.
O bom era que você zerava e poderia continuar a jogar, pois praticamente não tinha fim. A cada local que você acessava, apareciam mais e mais pessoas aleatórias, se quisesse mantê-la no mapa, era só fazer amizade e salvar na sua agenda telefônica com capacidade para armazenar mais ou menos 8 contatos.
Haviam três mudanças do esquema de cores no cenário: dia, noite e crepúsculo.
Na época eu achava esse jogo uma coisa surpreendente e só vivia falando bem, não lembro se o era tão famoso assim, mas com certeza foi um dos que mais gostava. Custava (se não estou enganado) uns R$ 3 ou 4.
Um game muito bem feito e a Gameloft bem que poderia fazer uma nova versão desse jogo para celulares Android/iOS.
