segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Fofinho dos Mares

Ai, que bichim fofim!!! Que vontade de nadar e mergulhar abraçado com esse coisinha sorridente.

Trata-se da Orcaella heinsohni, ou o golfinho-australiano, animal descoberto em 2005.
Parece um pokémon.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Germinal: A Arte de Arrancar Sacos

Germinal é um livro de Émile Zola, trata-se de uma história sobre mineradores, que indignados com as condições de sobrevivência na vila mobilizam uma greve e em cima disto e de toda a violência resultante da desigualdade social que eles sofrem. É um livro com ar invernal, melancólico, segundo minha classificação. Vale a pena ler.
Mas dentre todas as partes, uma que eu sempre volto para ler, e me causa frouxos de riso, é a aparte que mulheres revoltadas fazem um quebra no mercado de um vendedor chamado Maigrat: usurário, muito avarento e que se aproveitava das mulheres necessitadas em troca de mercadorias
Em um momento de fúria, elas o perseguem e por fim, arrancam o saco escrotal do dono da venda, isso mesmo arrancam o saco peludo do cara, veja no trecho na íntegra:

"A turba tinha visto Maigrat esgueirando-se pelo teto do galpão. Na sua ânsia, apesar do seu peso, ele subira agilmente pela latada, sem se preocupar com as ripas que quebravam; e agora espichava-se ao longo das telhas, esforçando-se para atingir a janela. Mas a inclinação era muito forte, sua barriga o estorvava, suas unhas estavam sendo arrancadas. Assim mesmo ter-se-ia arrastado até a cumeeira, se não tivesse começado a tremer de medo de receber uma pedrada, já que a multidão, que ele não conseguia ver, continuava a gritar lá de baixo: 
— Pega o gato! Pega o gato! Vamos fazê-lo em pedaços!
E bruscamente, suas duas mãos se soltaram, ele rolou como uma bola, bateu na biqueira e caiu atravessado na parede-meia, tão desastradamente que foi espatifar-se na rua, onde abriu o crânio no ângulo de um marco. O cérebro esguichou. Estava morto. (...)

Em seguida recomeçaram os gritos. Eram as mulheres que se precipitavam, presas da embriaguez do sangue. 
— A justiça tarda mas não falha! Ah, porco, morreste, enfim! Rodearam o cadáver ainda quente e começaram a insultá-lo com gargalhadas, chamando de coisa imunda sua cabeça despedaçada, berrando na cara da morte o longo rancor de suas vidas sem pão. 
— Eu te devia sessenta francos, já estás pago, ladrão! — gritou a mulher de Maheu, tão enfurecida quanto as outras. — Nunca mais vais negar-te a me vender fiado... Espera! Espera! Vou engordar-te mais ainda. 
Começou a cavar a terra com as duas mãos, tomou dois punhados e os enfiou violentamente na boca do cadáver. 
— Vai, come! Vamos, come, come, tu, que nos comias! 
As injúrias eram cada vez mais violentas, enquanto o morto, estendido de costas, imóvel, olhava com seus grandes olhos vidrados o céu imenso de onde descia a noite. 
Aquela terra, enfiada na sua boca, era o pão que ele tinha recusado. E, de agora em diante, só comeria desse pão. Esfomear os pobres não lhe trouxera felicidade. 
Mas as mulheres ainda queriam vingar-se. Rodeavam-no, farejando como lobas. Todas arquitetavam um ultraje que as desafogasse. 
Ouviu-se a voz áspera da Queimada: 
— Vamos castrá-lo como a um gato! 
— Vamos! Ao gato! Mãos à obra! Esse asqueroso já fez demais o que não devia! 
Imediatamente a filha de Mouque começou a abrir-lhe a braguilha e a puxar-lhe as calças, enquanto a mulher de Levaque levantava as pernas do morto. E a Queimada, com suas mãos secas de velha, abriu-lhe as coxas nuas e empunhou a virilidade morta Segurou tudo e fez tal esforço para extirpar o membro que suas costas magras se distenderam e seus braços enormes estalaram. Mas a pele mole resistia, ela teve de atracar-se novamente e acabou arrancando o despojo, um pedaço de carne cabeluda e sangrenta que agitou no ar com uma gargalhada de triunfo: 
— Pronto, aqui está! 
Vozes esganiçadas saudaram com imprecações o horrível troféu: 
— Ah, desgraçado! Não engravidarás mais as nossas filhas! 
— Chega! Não te pagaremos mais com a nossa carne! Nunca mais teremos de abrir as pernas para conseguir um pão! 
— Olha, eu te devo seis francos... Queres fazer uma brincadeira por conta? Eu estou pronta, se tu ainda podes! 
Este gracejo sacudiu-as com uma gargalhada feroz. Passavam umas às outras a carne pingando sangue, como um animal tinhoso que cada uma tivera de suportar e acabavam de esmagar, que agora tinham ali, inerte, à sua mercê. Cuspiam em cima, arreganhavam os dentes, repetindo, numa furiosa explosão de desprezo: 
— Ele não pode mais! Ele não pode mais! Já não é mais um homem que vai para a cova! Começa logo a apodrecer inútil! A Queimada, então, espetou o naco de carne na ponta da sua vara, e, levantando-o bem alto, como um estandarte, empreendeu a marcha, seguida pela debandada ululante das mulheres".

Eu li esse livro em 2008, se não me engano, até hoje eu começo a rir quando eu lembro dessa parte.

sábado, 12 de setembro de 2015

Upa, toma diabo!

Quem já leu O Cortiço de Aluísio de Azevedo, já sabe do que eu tô falando. É uma das partes que eu mais rio no livro. É um livro que tem muita putaria das boas; sacanagem, mulher com mulher, porradas, facada é o que não faltam.

"Então principiou a verdadeira devastação. E a cada objeto que ela varria para o pátio, gritava sempre: 'Upa! Toma, diabo!'
- Aí vai o relógio! Upa! Toma, diabo!
E o relógio espatifou-se na calçada
- Aí vai o alguidar
- Aí vai o jarro!
- Aí vão os copos!
- Os cabides!
- O garrafão!
- O bacio!..."

Depois desta parte, houve um quebra-pau daqueles da mulher que estava jogando as coisas fora e seu marido.
Maior putaria e vale a pena ler.

Postagem em destaque

Dia das Laranjas Assassinas

Finalmente, a sequência da Noite das Laranjas Assassinas está aqui! É a continuação da história, explorando os acontecimentos das laranjas...